sexta-feira, 12 de janeiro de 2007

ISTO NÃO É UM SERMÃO:

Um dos sintomas de uma sociedade doente
Hoje estava vendo na TV um documentário sobre meninas e mulheres com bulimia e anorexia, pessoas com 30, 40kg. Eu, como pessoa magra e com alguma consciência do meu corpo, sei que meu índice de gordura no corpo é baixíssimo e peso atualmente 68kg.
Realmente fiquei espantado com tal situação. Moças bonitas com asco de comer, mordiscando alfaces e pães, reclamando que estão gordas! Mas mais que espantado, senti que tinha que estar lá para conversar com elas.
A câmera foca ambas as partes, as doentes e os "médicos". É impressionante ver como há uma falta de comunicação e de entendimento mútuo. Os psicólogos, com suas fórmulas, não conseguiam alcançar essas meninas. Sabotavam os grupos que formavam, muitas vezes para apoiarem em suas lutas para continuarem magras, mas também para tornarem suas realidades toleráveis. A sinceridade, considerada um valor absoluto e permanente, se tornava desculpa para dividir as pessoas. Tratar as pessoas como um grupo é simplesmente impensável.elas somente se juntam para reagir, não para se ajudarem a curar. Invés de tentar mudar a postura do grupo para um círculo virtuoso, mandam umas delas embora como exemplo.
Este é um exemplo dramático, mas às vezes a dramaticidade nos ajuda a ver nossos sentimentos. Isso quer dizer que esses problemas acontecem na maioria dos nossos problemas e como a sociedade os soluciona. Se vê transparecer naquelas pessoas problemas muito mais profundos de insatisfação com suas vidas, com suas relações amorosas, com sua relação com a sociedade e com as suas decisões. O distúrbio alimentar é um sintoma disso. Essas pessoas se achavam gordas. No que a sociedade contribui nisso? Os padrões de beleza absurdos? Os costumes alimentares cheios de lixo que nos impoem? A falta de tempo para nos exercitarmos, pois temos que ganhar dinheiro? A opressão que nos tira o ânimo? Para mim, está bem claro a parcela de culpa do estilo de vida que a sociedade nos imflige.
Não estou querendo tirar a responsabilidade das pessoas sobre seus problemas, mas quero mostrar que o peso que nos pressiona não é desconsiderável.
Acho que seria isso que eu diria a elas. Temos nossos problemas pessoais, que devem ser resolvidos. Para isso existem os psicólogos. Achar que tratamento é coisa pra doido é uma imbecilidade tamanha. Temos os problemas que vem da nossa inserção na sociedade. Esses, curamos observando onde e com quem andamos. O Ambiente, as pessoas com quem vivemos nos atingem como? Propor a mudança e lutar por ela é o que nos faz mudar e melhorar. Não são só as pessoas que sofrem de desordens, a sociedade inteira está doente.

Considerações:

-Nãoé um Sermão porque eu não queria condenar as pessoas que passam por essa condição (distúrbios alimentares). Se eu fiz isso, peço mil perdões.

-Não sou psicólogo, conheço muit pouco das escolas. Conheço no máximo idéias superficiais de suas teorias. Critiquei sim algumas posturas, usei meus valores para isso. Queria saber em que escola meus pensamentos se encaixam... perguntarei aos meus amigos psicólogos.

-Queria escrever esse texto de maneira mais relax, mas não consegui. Maldita academia. Malditas aparências.

-Tenho que empregar isso aos MEUS problemas.

By Raphael, 10 de janeiro de 2007.

2 comentários:

Lírio Amarelo disse...

Oi Rafael, em primeiro lugar quero parabenizar pelo texto crítico e bem elaborado sobre esses transtornos que afetam nossas jovens, frutos de uma sociedade esmagadora e de uma mídia manipuladora de opiniões...Em segundo quero te dizer que vc falou o certo do papel dos psicólogos, e os criticou bem, pois você falou de algo que é fato,..dos psicólogos e de seus mundinhos cheios de teorias e pouca prática em um meio que nem perecem que vivem, na sociedade.
Curso Psicologia, e estudo muito sobre esses transtornos,já fui bailarina, e isso fez parte do meu dia-a-dia..sei como acontece na pele.
Cabe as mentes pensantes como voce, alertar quem lê, quem perticipa, quem faz acontecer algo de bom para uma sociedade doente.Precisamos de jornalistas, de estudantes, de fotógrafos e principalmente de professores dígnos, e não aqueles com opiniões tão tendenciosas que possuem em nossas facudades...

Obrigada pelo espaço,

Anônimo disse...

Obrigado por Blog intiresny